A logística e transportes de cargas são importantes em qualquer país e para as empresas que se concentram neles. Afinal, é dessa forma que os mais variados produtos chegam aos seus destinos e às mãos dos consumidores.
O Brasil tem adotado tecnologia de ponta para fazer uma boa gestão de frotas, mesmo assim, ainda não alcançou o nível dos Estados Unidos neste quesito.
Isso porque, no Brasil, apenas 8% do mercado utiliza gestão de frotas, enquanto, nos Estados Unidos, este número sobe para 40%. Por isso, o custo operacional por aqui acaba ficando mais caro.
Por conta do vasto mercado a ser explorado é necessário repensar o que esperar para os próximos anos, e a logística nos Estados Unidos pode ser uma boa fonte de inspiração para o Brasil se atualizar e modernizar seu mercado de transportes.
Isso vai permitir que esse mercado seja mais competitivo, principalmente se houver mais investimento na gestão de frotas. E isso engloba diversos meios de transporte, rastreando e monitorando o máximo deles.
Pensando nisso, neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre como funciona o mercado de logística e transporte estadunidense.
Importância do setor de logística e transporte para a economia estadunidense
O setor de logística e transporte é muito importante para os Estados Unidos, porque ajuda no desenvolvimento da economia do país. Isso se mostra por meio da evolução nas características do transporte.
A matriz de transportes do país mostra que o uso dos modais varia de acordo com as características funcionais e econômicas.
Por exemplo, o transporte aéreo é aplicado para grandes distâncias, acima de 2005 quilômetros, além de ser ideal para produtos de alto valor.
As ferrovias, por sua vez, são para distâncias acima de 982 quilômetros e indicada para produtos mais pesados, como peças agrícolas.
Também há a hidrovia fluvial do Rio Mississipi, que atende até 723 quilômetros e muito utilizada para o transporte de minerais e grãos agrícolas.
Os Estados Unidos também utilizam caminhões, que têm como função fazer a ponte rodoviária do transporte porta a porta. Em números exatos, podemos dizer que:
- Aéreo – 2005 km;
- Ferrovia – 982 km;
- Hidrovia Fluvial – 723 km;
- Hidrovia Lacustre – 576 km;
- Rodovia – 350 km.
O trem utilizado nas ferrovias americanas tem, em média, 3.096 toneladas, 68 vagões e ocupação média de 46 toneladas. Para complementar o sistema de transporte tem a rodovia, com ocupação de 5 toneladas.
Em relação aos produtos transportados, aqueles de mais valor, como veículos e peças, eletrônicos, maquinaria para instalação de software de gestão empresarial, produtos farmacêuticos etc. registram distância de 1.152 km.
Por isso, é comum que utilizem contêineres nas ferrovias. Já o transporte de granéis, geralmente possui uma distância média menor.
Diferenças entre o setor brasileiro e o setor americano
Os Estados Unidos são referência mundial quando o assunto é o gerenciamento de frotas. Isso acontece por diversas razões, mas principalmente porque o país tem um número de vendas de automóveis muito maior do que o Brasil.
Além de ser um mercado maior, sua tecnologia é muito mais avançada, a gestão de frotas nos Estados Unidos é encarada como uma parte estratégica importante, diretamente relacionada à qualidade da informação.
Gestores de empresas se preocupam com a produtividade, entendendo melhor os custos e como otimizá-las, seja na implantação de um sistema de orçamento ou de várias outras formas.
No Brasil, por questões intrínsecas à segurança, o foco é muito maior no rastreamento do que na gestão. Inclusive, as empresas consideram a tecnologia e as soluções trazidas por ela como um gasto e não como um investimento.
Isso acaba por impactar diretamente no desenvolvimento do mercado. Isso também explica o porquê do consumo de dispositivos menos avançados e de baixo custo ser tão grande, mas acabar gerando resultados menos eficazes.
Também existe outro desafio, que é o fato de que a falta de um sistema adequado para as empresas importadoras dificulta muito o trabalho dos profissionais do setor.
Levando esse cenário em conta, é importante que o Brasil se atente a algumas tendências, se quiser alcançar o sistema de logística e transporte dos Estados Unidos. Algumas delas são:
Investimento em tecnologia de rastreamento
O rastreamento é parte fundamental do transporte de cargas, independentemente do valor da mercadoria que está sendo transportada. Isso porque o roubo acarreta em grandes prejuízos, tanto para a empresa que fabrica quanto para a que transporta.
Mesmo com as garantias do seguro de transporte de carga, o rastreamento também é importante para auxiliar toda a frota e garantir que a mercadoria chegue até seu destino.
Investimento em gestão de frotas
Para evitar roubos e furtos de cargas, a gestão de frotas é fundamental. Por meio dela, é feito um planejamento de rota, como as mercadorias serão transportadas dentre outras questões importantes.
Para implementar uma boa gestão, é importante que a empresa invista em diagnostico organizacional para identificar quais são suas necessidades.
É preciso medir para encontrar as melhores oportunidades e atuar com elas. Para isso, é necessário que o gestor tenha informações precisas para focar seu trabalho e conquistar ganhos maiores.
Mobilidade urbana mais organizada
É importante que haja uma conscientização em relação aos problemas de mobilidade e bem-estar social, para que as preocupações com poluição e a redução dela diminuam.
Também haverá menos trânsito, mais incentivo em ações colaborativas, o que acaba por melhorar o bem-estar da sociedade como um todo.
Investimento em outros meios de transporte
Os Estados Unidos investem em outros meios de transporte que vão além dos mais utilizados no país.
Além do transporte rodoviário internacional de cargas, existe investimento em melhorias do setor ferroviário e também na criação de transportes híbridos, o que economiza combustível, diminui os índices de poluição e torna o transporte muito mais rápido.
Profissionalização da equipe e área logística
É importante desenvolver cursos com certificação e que melhorem as competências dos profissionais envolvidos nesse trabalho.
Além disso, também é primordial que os profissionais estejam alinhados a novas tecnologias e processos de gestão que sejam mais eficientes.
O que mais pode ser diferente?
Existem outras diferenças entre a logística de transporte brasileira e americana que é importante citarmos.
Por exemplo, nos Estados Unidos, quanto menor for o custo logístico, maior será a margem de competitividade.
No Brasil isso não acontece por muitas razões, como o fato de a ferrovia ser sucateada, apesar das constantes melhorias. Já o modal portuário possui infraestrutura prejudicada porque a pouca profundidade impede a atracação de navios maiores.
O transporte e movimentação de cargas nesses dois tipos também precisam melhorar sua democratização, isso porque eles atendem apenas àqueles que têm grande volume de exportação.
Outra diferença é que, no Brasil, os modais usados são os mais caros, diferente do que acontece nos Estados Unidos, isso torna tudo bem menos competitivo.
Isso porque o tipo de transporte usado influencia no preço final do produto, portanto, no Brasil, os produtos acabam ficando mais caros por conta do tipo de modal usado na movimentação da carga, diferente dos Estados Unidos.
Além disso, muitos setores são obrigados a optar pelo transporte rodoviário, que além de caro, é de difícil gerenciamento e que apresenta mais vulnerabilidade a roubos e furtos.
Os Estados Unidos têm um nível de segurança no transporte rodoviário muito superior ao do Brasil, mesmo assim, utiliza menos esse modal do que os brasileiros.
Isto é um erro porque, principalmente no Sul e no Sudeste, estados que mais consomem, o roubo de cargas é altíssimo, o que gera uma série de prejuízos a todos os envolvidos.
O gerenciamento de riscos também é muito superior nos Estados Unidos, o que também se reflete no alto nível de segurança daquele país em detrimento do Brasil.
A única semelhança entre os dois países é que com ou sem aluguel de container para o transporte de cargas, o foco está em mercadorias de valor mais alto, como eletrônicos, medicamentos, artigos de luxo, etc.
De qualquer forma, podemos dizer que, no Brasil, os desafios quanto ao transporte de cargas não estão relacionados apenas à melhora da eficiência da gestão de cargas e gerenciamento de risco, mas a vários outros fatores.
O fato é que os Estados Unidos estão à frente nesse aspecto e têm muito a ensinar para o Brasil. Lá, eles investem em tecnologia e organizam as frotas de maneira a otimizar o transporte e baratear o preço do produto final para o consumidor.
Com isso, gera-se uma economia maior, pois o consumo cresce e fortalece o sistema adotado pelo país, colaborando para o seu crescimento. Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.