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Expansão dos negócios com parcerias no Exterior

Empresas de diferentes segmentos conseguem abrir filiais com tributos menores

Empresas de diversos segmentos estão cruzando fronteiras e buscando expandir seus negócios abrindo filiais e fechando parcerias no exterior. Estados Unidos, Canadá e China são alguns dos países mais procurados. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) anunciou no mês passado recorde de exportações em fevereiro. No mês, o país exportou US$ 16,733 bilhões (cerca de R$ 27,7 bilhões), 23,5% a mais do que no mesmo mês do ano passado. As importações em fevereiro deste ano também foram recordes e atingiram US$ 15,534 bilhões (cerca de R$ 25,7 bilhões). O superávit comercial no período foi de US$ 1,199 bilhão (cerca de R$ 1,97 bilhão).

Dados do Mdic mostram ainda que, durante todo o ano de 2010, o comércio exterior brasileiro registrou recorde de US$ 383,6 bilhões (cerca de R$ 636 bilhões), com ampliação de 36,6% sobre 2009, quando atingiu US$ 280,7 bilhões (cerca de R$ 465,9 bilhões). Em relação a 2009, as exportações apresentaram crescimento de 32% e as importações de 42,2%.

De acordo com o diretor de comércio exterior da Associação de Comércio Exterior do Brasil (Abracex), Antonio Carlos Ramalho, a China tem sido um dos caminhos procurados pelos empresários.

“Empresas dos setores de mecânica e eletrônica estão abrindo filiais na China com o atrativo da desvalorização da moeda chinesa que chega a 25% em relação ao dólar. Tem sido mais vantajoso para elas mandar a matéria-prima do Brasil para ser fabricado do outro lado do mundo exportando depois o produto final para cá”, explica Ramalho.

Logística – Com escritórios em São Paulo e Miami, a America Expert presta serviço de consultoria aos empresários brasileiros que se aventuram a levar suas marcas para os Estados Unidos. A assessoria engloba pesquisas e levantamentos de mercado, abertura e gestão de filial de empresa, registro de marca e patente, caixa postal, entre outros.

A consultora da empresa Simone Oliveira informa que com investimento médio US$ 5 mil (cerca de R$ 8,3 mil) as empresas podem montar negócio nos EUA obtendo lucros superiores a 100%.

“Agimos em diversos segmentos do mercado. Fazemos a abertura da empresa e constituição de um endereço físico nos EUA, contabilidade, logística, pesquisas e levantamentos até ajuda estratégica e gestão do negócio”, relata a empresária.

Ela explica que a diferença entre os tributos americanos e brasileiros é grande e tem atraído muitas empresas do Brasil.

“Aliado à baixa do dólar muitos brasileiros estão expandindo seus negócios por aqui. Ao abrir uma empresa nos EUA as vantagens comerciais são ilimitadas, entre elas, a credibilidade no mercado internacional e o poder de negociar com fornecedores que até então não se tinha acesso estando no Brasil. Com a empresa aberta é possível reduzir consideravelmente os valores de compras para importação sem se preocupar com volume de produtos, podendo assim negociar o frete a um preço vantajosamente inferior. Um investimento no mercado americano pode representar uma margem de lucro de mais de 100%, dependendo do tipo de operação e negócio”, afirma a consultora da America Expert.

Facilidade na contratação de serviços

Depois de 10 anos constituída em Belo Horizonte, Minas Gerais, a Daytona Metals, fornecedora de ferro gusa (produto da redução do minério de ferro e calcário num alto forno), o proprietário da empresa, André Assis, decidiu há cinco anos, abrir uma filial na Flórida.

“Dificilmente uma empresa dos EUA negocia diretamente com outra fora de seu país. Essa foi a primeira vantagem do negócio, pois abrimos um mercado que não existia para a gente. Afinal, tendo uma filial na Flórida, passamos a nos submeter às leis americanas oferecendo garantia e segurança a quem fecha negócios conosco”, relata Assis.

A ausência de burocracia e impostos baixos são outros fatores que atraíram a Daytona ao exterior. Inclusive a investir em um outro negócio: imóveis.

“Montamos uma outra empresa na qual trabalhamos com compra e venda de casas e apartamentos. Nos EUA os imóveis custam até 300% mais baratos que no Brasil”.

A Value Comercial, empresa que fornece equipamentos para a área naval, fundada em 2004, na Ilha do Governador, há quatro anos expandiu para o EUA. Hoje já são duas filiais.

“A primeira foi uma filial virtual em 2008, em Dallas, com a ajuda da America Expert que nos cedeu o seu endereço físico. Em 2010, montamos um escritório de fato em Miami da qual temos 18 funcionários. Nos Estados Unidos a mão de obra não é barata, mas todos os encargos são abatidos no imposto de renda.  O que nos dá uma economia entre 60% e 80%. Sem contar a logística que ficou muito mais dinâmica na medida em que representamos duas marcas americanas do ramo”, conta Leonard Cavalieri, um dos sócios da empresa.

Há 23 anos no ramo da Tecnologia da informação (TI) a Dualtec Informática nos últimos seis meses decidiu entrar no mercado americano.
“Na nossa atividade a contratação de serviços internacionais se tornou realidade a pouco mais de cinco anos e para crescer internacionalmente é fundamental a presença local. Por isso, abrimos uma filial nos EUA”, afirma Lauro de Lauro, sócio-diretor da Dualtec.

“Como a nossa operação é realizada totalmente pela internet, a lucratividade é superior a 40%. Em relação a impostos, não temos uma economia direta pois o serviço que prestamos é para o mercado americano. E como a receita fica na filial a ideia é expandir as atividades locais”, conclui.

Parceria – Já na Insigne Consultoria, empresa especializada nas áreas contábil e tributária, até junho fechará uma parceria com uma empresa de um ramo totalmente distinto de seu segmento. E qual o propósito? Economizar com infra-estrutura.

“É uma aliança comercial para não ter despesas, de ambos, com a montagem de escritório no exterior. Afinal é uma empresa que trabalha com serviço de qualidade aeroespacial que nada tem a ver com o nosso segmento. Contudo, nossos funcionários vão passar por treinamentos on-line para se inteirar do universo desta empresa americana assim como eles farão o mesmo”, explica o diretor Insigne Consultoria, Sérvulo Mendonça.

fonte: o fluminense

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